Mudança de escola: o que fazer quando os filhos resistem?

Ter uma conversa franca com a criança e mostrar que ela não irá perder os amiguinhos antigos, mas sim ganhar outros, são alguns caminhos para ajudar nesta fase

Este ano os trigêmeos irão estudar em uma nova escola, assim como aconteceu com minha filha mais velha, quando ela tinha quatro anos. O trio recebeu a notícia numa boa, pois a escolinha antiga não tem mais a série correspondente à idade deles. Mas, na época da minha filha mais velha, a transição foi difícil no início, pois ela queria (e podia) ficar na escola antiga.

São inúmeros os motivos que nos levam a trocar os filhos de escola, mas, independentemente deles, o que mais importa é a condução dessa mudança com muita tranquilidade por nós, pais. Precisamos passar segurança para a criança, mesmo que estejamos com frio na barriga!

Na época, minha filha mais velha tinha apenas quatro anos (e é impressionante como esse pinguinho de gente já tinha argumentos...).  Ela estava muito resistente, então optamos por revelar a mudança bem perto do início das aulas, para ela não ficar sofrendo nas férias. Na semana da volta às aulas, falamos dos inúmeros benefícios da escola nova e explicamos os motivos da transferência numa linguagem simples. Acredite: por menores que sejam, os filhos nos entendem direitinho!

Depois, visitamos a escola nova e ela ficou animada com o parquinho novo... Ah, as crianças... Só pensam nos parquinhos! Ela ficou um pouco mais feliz, mas não queria deixar os antigos amiguinhos. Novamente explicamos que ela continuaria sendo amiga deles e ainda faria amigos novos!
No primeiro dia de aula, ela nos surpreendeu e não chorou. Ficou empolgada com a novidade! No entanto, abriu o berreiro quando passou pela escola antiga, que ficava bem no caminho para nossa casa. Essa cena se repetiu por alguns dias e ficamos com o coração partido. Mesmo assim, não voltamos atrás.

Optamos por conversar sempre e, assim, ela foi se adaptando cada vez mais. Continuamos nos reunindo eventualmente com os antigos amiguinhos para que a mudança não fosse tão brutal. Ao mesmo tempo, estreitamos os laços com os novos amigos. Deu tudo certo, apesar do choro inicial. Passadas algumas semanas, ela passava pela escola antiga e apenas gritava feliz: “Olha a minha escolinha velha!!!”. E só! O choro havia acabado!

Agora, estou me preparando para viver situação parecida com os trigêmeos. Esse será um novo desafio, pois cada criança reage à mudança de uma determinada maneira! Mas tenho a segurança de que tudo dará certo, pois nós, pais, estamos certos da escolha que fizemos. Prometo voltar aqui pra contar! E boa sorte por aí também!

Fonte: Revista Crescer

Originalmente: http://revistacrescer.globo.com/Colunistas/noticia/2018/01/mudanca-de-escola-o-que-fazer-quando-os-filhos-resistem.html